sábado, 29 de março de 2014

LISBOA




Lisboa tem um vestido azul feito de
mar e guerra.
E cheira a laranjas maduras.
Quando as gaivotas trazem no bico
os primeiros pedaços de sol para acender o dia,
Lisboa deixa correr os cabelos pelo Tejo
e o povo pelas ruas.
À mesma hora, a coragem agita no sangue
duas grandes asas inquietas.
Por todas as janelas destruídas, já o mar entrou,
derrubando acácias,
cantando hinos de espuma
E porque toda a coragem é necessária,
toda a esperança é legítima.

Joaquim Pessoa

 
 
Se pensarmos nos Jacarandás floridos, na sua dança aérea e azul, Lisboa parece estes dias uma composição sonhada por Chagal ou Matisse.
Lisboa deve às árvores de que se esquece, uma parte eloquente da sua beleza. Elas guardam, para nós, a cor, o alfabeto vegetal do silêncio, o atalho secreto da alegria.


José Tolentino   
 
 
 
 
LISBOA
 
Corpo de velas enamoradas do vento
Alma de ópera bufa com sabor a fado
Sobre as janelas floridas dança uma luz de ouro e encantamento
Crescem marinheiros azuis com cheiro a sal e intriga
Entretanto chega a noite fresca como seda.

PM


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