domingo, 28 de abril de 2013

o sítio da paisagem


 
A paisagem é um sítio do meu olhar.
Pode ser o país da imagem.
Ou a terra que me escapa e que o meu olhar alcança.
Ou a terra onde me escapo e o meu olhar deixa de abraçar
para se perder noutro sítio ao longe ou ao perto em particularidades...
 
PM

sábado, 27 de abril de 2013

A Cidade de Viés




É uma cidade no largo estuário de um rio, que nasce e morre no meio do deserto.
Os prédios são construídos sobre pequenas ilhas ou ilhéus à deriva.
As construções assentam em palafitas finíssimas e transparentes de 15 metros de altura, a contar com as cheias anuais de Abril.
Os prédios são unidos por pontes uns aos outros.
Tudo o que na cidade se faz de legal ou ilegal passa-se no topo da cidade, nos vastos pátios dos prédios, adornados com plantas de todas as cores e perfumes, num emaranhado de raízes e caules que parecem cadeias a apertar as paredes.
A cidade é bela, porém, vigiada com mil olhos colados às paredes invisíveis.
Quem quer fazer algo de proibido tem de descer ao solo da ilha, por baixo da cidade.
É aí que os amantes se amam pela primeira vez.
E é aí que pela primeira vez se apercebem como a cidade flutua sobre o rio como jardins suspensos sobre a água.
Quem no solo das ilhas olhar atento para a cidade e para o rio pode aperceber-se que a cidade avança para norte e o rio para sul.
Assim é a cidade enviesada, aquela onde todos adivinham a derrocada.

PM



segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Manuel...



caí na cama, engelhei-me nos cobertores e dormi.