sábado, 7 de setembro de 2013

Tão pouca é a vida

 



Tão pouca é a vida,
o deslumbrado delírio da vida.

No tear se tecem os fios, o desenho das rendas,a
renda dos dias.
Ignoro quantos,
quantas tardes no fluir da paixão, quanto ouro e
azul na idade das mãos,
que idade no tear das mães.

Foram belas também no sonho antigo,
passearam entre os lírios,
desatavam a cabeleira e os vestidos,
iam à beira mar.



José Agostinho Baptista
Morrer no Sul
Assírio & Alvim, 1981



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