sexta-feira, 12 de julho de 2013

nos olhos a saudade



Na minha aldeia há andorinhas que brincam
de vôo baixo
em tardes secas e sanguíneas.

Na minha aldeia há uma luz inesquecível
que é alegria na primeira idade
e consolo de cores nas folhas outonais.

Na minha aldeia há um rio de água lavada
nos açudes
pelas lavadeiras da memória.

Vou partir
levo no rosto luz
nos olhos água lavada
e disfarçados nos bolsos os ninhos das andorinhas
para que à noite
após o último vôo
não sintam saudades dos beirais.

PM

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