quinta-feira, 8 de março de 2012

O que gostaria de escrever...


Não creias, Lídia, que nenhum estio
Por nós perdido possa regressar
Oferecendo a flor
Que adiámos colher.


Cada dia te é dado uma só vez
e no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.


Mais tarde será tarde e já é tarde.
O Tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.


Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre mais à frente
Do que o teu próprio passo.


Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética.

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa, voa em Lisboa, Maria...

Anónimo disse...

boa,é uma forma de expremir o que gostaria de escrever!!!!!!!!!!!!!!!
:)

Anónimo disse...

corrijam lá os erros: indelével em vez de indélevel e exprimir em vez de expremir....