domingo, 27 de novembro de 2011

Ilha dourada


A fortaleza mergulha no mar
os cansados flancos
e sonha com impossíveis
naves moiras
Tudo mais são ruas prisioneiras
e casas velhas a mirar o tédio
As gentes calam na
voz
uma vontade antiga de lágrimas
e um riquexó de sono
desce a Travessa da "Amizade"
Em pleno dia claro
vejo-te adormecer na distância,
Ilha de Moçambique,
e faço-te estes versos
de sal e esquecimento

RUI KNOFLI

4 comentários:

Anónimo disse...

MARIA



Maria, há no seu gesto airoso e nobre,

Nos olhos meigos e no andar tão brando,

Um não sei quê suave que descobre,

Que lembra um grande pássaro marchando.



Quero, às vezes, pedir-lhe que desdobre

As asas, mas não peço, reparando

Que, desdobradas, podem ir voando

Levá-la ao teto azul que a terra cobre.



E penso então, e digo então comigo:

"Ao céu, que vê passar todas as gentes

Bastem outros primores de valia.



Pássaro ou moça, fique o olhar amigo,

O nobre gesto e as graças excelentes

Da nossa cara e lépida Maria."



Poesia, Ocidentais, 1901, Machado de Assis.

Petra Maré disse...

Obrigada, Caro Antónimo. Belíssimo poema!

Anónimo disse...

D., um Feliz Natal para ti e para os teus príncipes e pedra.

Bj.
C (en)

Petra Maré disse...

Obrigada Cris. Bom ano.
BJS.