«Na verdade, o que procuro é um espaço para respirar. Que as minhas palavras desenhem uma paisagem aérea, silenciosa, inicial. Dir-se-ia que algo me impede de forçar, de pesar, como se a eclosão da palavra viva só se desse num excesso de transparência e de leveza![...] Poderão as palavras dizer as cores, a doçura, o perfume que transforma o exílio no claro paraíso do silêncio?
Agora escrevo na coincidência e na amplitude do aberto. As pobres palavras tornam-se ardentes, unificadas, vivas evidências de uma nudez enigmática. Quantos caminhos se abrem na página respirável, quanto azul se propaga nas palavras nuas, quanta sombra pelo calor adentro!
Ramos Rosa, «Um excesso de transparência e de leveza», in Clareiras, 1986.
Citação em Edição Especial da Revista "A Phala", Um Século de Poesia
Agora escrevo na coincidência e na amplitude do aberto. As pobres palavras tornam-se ardentes, unificadas, vivas evidências de uma nudez enigmática. Quantos caminhos se abrem na página respirável, quanto azul se propaga nas palavras nuas, quanta sombra pelo calor adentro!
Ramos Rosa, «Um excesso de transparência e de leveza», in Clareiras, 1986.
Citação em Edição Especial da Revista "A Phala", Um Século de Poesia
2 comentários:
adorei.
o texto e, sobretudo, a claridade daquele céu nopcturno a fezer lembrar uma aurora boreal...
Muito obrigada Cláudia.
Seja sempre bem-vinda.
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