Devemos ser suaves, suaves, suaves uns com os outros, porque somos muito frágeis...
domingo, 10 de junho de 2012
A pele aos gritos.
Amei uma pedra
densidade fria.
Nós no comboio
a pele de cada um aos gritos
com a pele do outro.
E nós no comboio
no disfarce do discurso
monossílabos secos.
O silêncio como um poço
negro
pegajoso
não ventilado.
E a pele aos gritos, eriçada
ela
a esconder a pele
a gula
a compor a voz de deserto
os cavalos do coração a galope
contra a cerca de ossos.
E a pele aos gritos, em pânico.
Ela, de fora, pedra redonda
coração de aço.
Ele, de fora, pedra de arestas vivas
coração de tigre.
E nós no comboio
o tempo a escoar-se
o relógio em passo de foguete
o comboio em super-trem
o temido destino
dela
Coimbra B.
E a pele por muito tempo aos gritos
Lua cheia sem sol.
PM
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